1.7.07

Tempo fantasma

E se pudessemos encontrar-mo-nos no meio deste mundo confuso e reconhecer-mo-nos... Mudavamo-nos para a beira mar, onde não houvesse gente perto, tínhamos uma casa de madeira, ao estilo de New Orleans e umas luzes às cores a circundar o rebordo do fim do telhado. A casa seria toda burlesca, mas confortável e prática. Andavamos descalços o dia todo, com roupas de uma peça inteira, única, fina e fresca. Tínha-mo-nos um ao outro, alimentava-mo-nos disso, consumia-mo-nos, sem nunca o fazer completamente, porque enquanto um era consumido, ao mesmo tempo, consumia. Assim, para sempre, nós bastar-nos-íamos. Percebendo isto, os outros eram acessórios na nossa vida, meros espectadores da verdadeira vida que eles desconheciam, apenas podendo vislumbrar ao longe com olhos ignorantes. Conheceríamos pessoas, iríamos a lugares, veríamos arte, mas agora tudo seria diferente, agora estavamos vivos, e já não interessava que as coisas não tivessem sentido ou que nos pudessem desiludir. Já nada nos poderia afectar. Tinhamos sido desenhados pelo tempo para nos encaixarmos e, agora que nos descobrirmos, não podemos deixar escapar este momento.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amiga,

que eu saiba não faço e não pretendo fazer concorrência a ninguém. Neste mundo da blogoesfera somos todos amigos, excepto aqueles que deixam comentários que nos obrigam a exercer censura ou a limitar os comentários unicamente a bloggers.

É óbvio que estou a brincar contigo por teres chamado "concorrência" aos links. É a primeira vez que vejo e acho muito giro.

Uma boa vida para o teu blog bebé e idem, idem para as três da vida airada: Cocó, Ranheta e Facada, aliás, Lenore, Susie e Stella.

Beijos a triplicar