30.8.07

Tarnation

Depressa. Sim, tem que ser rápido. Fazer, não fazer. Tanto dá. Tanto se me dá. Tanto se te dá. Sempre soubeste isto, eu também. Todos já o sabíamos, mas sem o saber. Não queríamos saber, queríamos mas sem querer. Depois ouvimos dizer e parece que sempre o soubemos. Depois perguntam-nos: "O quê?"; e não sabemos explicar. É por isso que ninguém percebe nada do que eu estou escrever. Provavelmente quando me ler também não perceberei patavina. Mas vou tentar reproduzir o que ouvi e percebi:

É como um sonho. Parece que estou a dormir, mas estou acordada. Sinto o meu corpo adormecido, a passar pela realidade. Por vezes saio fora de mim e como que me fico a observar, de fora, espectadora de mim mesma, com muito pouco controlo sobre as minhas acções. É estranho e comum. Já não quero saber. Agora acho que tudo é possível, não mais almejo a coisas grandes, deve ser por isso. Devemos seguir o que exactamente queremos, mesmo que seja estúpido e não tenha significado nenhum.

Preciso que se saiba. Tudo é importante, tudo é possível e maravilhoso, mesmo fazer nada. É brilhante e fantástico como oposição a nada. Não sei como não vi isto antes: a grandiosidade de tudo (devo estar a enlouquecer). Começo a ficar perturbada com este texto. Como é que não se pode ser assim?! Simplesmente singelo e inocente? Entregar-mo-nos de corpo a tudo o que sentimos em cada momento?

29.8.07

Será que as pessoas reciclam prendas?!

Para quem gosta de dar prendas, não tem muito dinheiro para gastar ou simplesmente, para reformadas sem ocuapação senão deambular pelo vazio da distância dos olhares dos demais:
a habitat ou area está com grandes saldos e, claro, são daquelas coisas que cai sempre bem dar e não faz falta a ninguém e dá jeito, ao mesmo tempo. jarras para nada, velas grandes bonitas e cheirosas para acumular pó, castiçais baratinhos e simples, molduras inócuas para uma foto roubada da net ou do álbum de família. bem, eu adoro o Natal, é a única época festiva digna de letra maiúscula e começo já a comprar as prendas.
É muito cedo?

28.8.07

I'm not you're stupid little doll

Não, não sou a última boneca que encontraram numa loja de artigos feitos à mão e que parecia abandonada. Não, não estou aqui por curiosidade. Não, não sou nenhuma relíquia, nem tão pouco acho que vocês o são. Não estou aqui para vos dizer que vos acho únicos, porque realmente não acho. Não estou aqui para cair das minhas pernas, quando me disserem que ficaram fascinados quando eu vos disse que vos acho banais e não vos aprecio particularmente, porque ninguém vos disse isso antes. E também não estou aqui para ficarem deslumbrados mal eu abra a boca. Só estou aqui porque queria falar, nada de mais, certo?! Errado. Conversa de situação, de nada, de merda, de pessoas educadas, que reconhecem a existência uma da outra e tentam agir de acordo com isso respeitando o espaço e a identidade de cada uma. E depois eu é que sou a complicada!

25.8.07

Lodo

Comecei a vomitar, estava eu de pé, do meu lado da cama, mais ou menos afastada da cabeceira. Tive um espasmo. Mas só um. Regorgitei muito naturalmente, como se estivesse a falar, mantendo-me muito direita. Chafurdei-me toda. A t'shirt branca que tinha vestida, as pernas desnudadas, os boxers. Ali estava eu de pé como se nada fosse. Foi um sonho sem sentido nenhum!

Then you'll get along


But no matter what you do
You'll always feel as though you tripped and fell

13.8.07

Quero ser uma bonequinha assim

Outra revista, outro fotógrafo: Night & Style Magazine e Brian Walker, respectivamente. O fotógrafo é que interessa para o caso, já está nos links. Não entendo donde é que veio esta vaga de artistas excêntricos, singulares, extravagantes, esquisitos, maníacos e mais não sei quê. Quem quer que tenha alguma aspiração a ser artista, deve-se encontrar numa situação muito precária, porque basta dar uma vista de olhos pela internet e ver outros trabalhos, para se ficar automaticamente desmoralizado. Talento não falta, mas também, ainda bem que é assim e que as pessoas começaram a divulgar as suas coisas, ainda que ninguém as compre, apenas divulgar. Há uma necessidade inerente ao Homem de comunicar, seja por que meio fôr.
Depois há quem comunique directamente demais, o que é mau! "Ai não não, eu gosto de pessoas sinceras" Não, ninguém gosta. "A sério, é uma coisa que, sei lá, valorizo numa pessoa, é importante! Sinceridade." Ya, ok. Vai-te matar.

12.8.07

Modest mouse


Três das minhas flores preferidas, logo ali! Tau! Só falta uma. Ou duas, dou sempre lugar para alguma que ainda desconheça.
Quanta inocência!
Let's move to the country just me and you, a goat and a monkey a mule and a flea...

11.8.07

Soap

Estava a fazer as compras para a casa. Quer dizer, para nós. Vi esta embalagem de sabonete e tive que comprar. Não só possuía um design que me atraiu imediatamente, como o fruto da embalagem é um dos meus favoritos. Peguei, olhei e pensei que aquilo era mais que uma embalagem de sabonete, era de facto uma peça de decoração. É mesmo muito bonita e só custa 1 euro no continente. E se uma pessoa mudar de ideias e deixar de gostar, abre e o conteúdo serve para nos deixar lavadinhos e cheirosos. Todas as peças de decoração deviam ser assim!

Swinging

Ou talvez não...

Faz favor

Vamos andar de carro até encontrar este sítio para abrir o guarda sol. Sentamo-nos nas cadeiras com os nossos óculos de sol. Eu morena, tu moreno. Despenteados, acabados de sair da cama. A ver o entardecer e a comer camarões da costa.

6.8.07

Do u like me know?

Tóque tóque tóque - tanta coisa a dizer a tantas!! "Não, não tenho nada para dizer." "Não, não tenho nada para contar." "Falar? Não. Porquê?! Tu queres falar?" É tão bom uma coexistência pacificamente educada, não é!? Agora vamos todos dar as mãos e orar ao senhor!

5.8.07

YYY's


count me down
down
down, boy

1.8.07

Interrupções

É terrível dar uma mija em wc's públicos, agora que há aqueles sensores de movimento. Os gajos não devem ter este problema, mas as gajas têm. Quer dizer, não sei bem se as gajas têm ou se sou só eu. O problema é o seguinte: os sensores estão apontados para uma certa altura dentro do wc, 1,50m talvez, baixo-me para urinar, entretanto o sensor já não detecta ali nada e então a luz apaga. Fico às escuras à procura do papel com a mão direita e, com a esquerda esticada na vertical, começo a gesticular para tentar que a merda da luz ligue. No meio daquilo tudo só penso na figura triste que estou a fazer e quão mais digno é um interruptor.

Discussões

Berrei. Foi um descontrolo aparente. Mas foi controlado.
Seria de supor que me sentiria melhor, mas não. Nem melhor nem pior, na mesma. Não se exorciza um caralho! Só se expõem factos e sentimentos e fica-se igual (a não ser que a pessoa a quem nos dirigimos tenha alguma revelação, para isso é necessário auto-crítica, auto-análise, sensatez, maturidade, essas coisas que nos momentos chave cismam em não aparecer!).
Bem, depois....depois, volta tudo ao mesmo, ou seja, à mesma normalidade melancólica do quotidiano. A vida não é fantástica?!